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Zen nas Artes Marciais

Um meio de impor a própria vontade ou de infligir danos ao outro não deixa de ser um descuido infeliz, pois as artes marciais, em sua modalidade mais delicada, são muito mais do que uma disputa física entre dois oponentes.
Mais que isso, para os mestres, o Karate e as demais artes marciais são basicamente caminhos amplos atraves dos quais eles podem alcançar a serenidade espiritual, a tranquilidade mental e a mais profunda confiança.
No entanto, estudei e continuo estudando os caminhos das artes marciais antes que me conscientizasse disso. Nos estágios iniciais de treinamento, gastei o tempo, como a maioria dos alunos aprendendo e aperfeiçoando técnicas e movimentos físicos complexos.
Só ocasionalmente um Sensei ensinava que havia outras lições a serem aprendidas.
Meu interesse por essas lições aumentou, pois percebi que o objetivo era mais profundo do que apenas socar e chutar. Essas lições eram a disciplina e treinamento espiritual.

As artes marciais começaram a desenvolver esta ênfase sobre o crescimento da pessoa no século XVI, quando diminuiu no oriente a necessidade das habilidades marciais.
Então elas sofreram uma transformação de meio prático de combate visando a morte, passando a ser um treinamento educativo espiritual que enfatizava o desenvolvimento pessoal do praticante.

Assim, a arte de combater com uma espada – Kenjutsu – converteu-se no – caminho da espada, o Kendo. Não tardou para outras artes marciais adquirirem o sufixo “DO” que significa “o caminho” ou mais precisamente “O caminho para a Iluminação, a auto-realização e entendimento”.
O papel do ZEN nas artes marciais foge a uma definição fácil porque o ZEN não possui teoria. É um conhecimento interior para o qual não existe dogma claramente estabelecido.
O ZEN das artes marciais desestimula a força do intelecto e exalta a da ação intuitiva. Sua meta final é libertar o individuo da cólera, da ilusão e da paixão enganosa.
Aprendi que o conceito da mente aprendendo a partir da aula é fundamental para todo o bom ensino das artes marciais. Talvez por isso o recinto para exercício – Dojo – onde se praticam as artes marciais seja tradicionalmente chamado de “O lugar da Iluminação”.

“Os conflitos que aconteceram no interior do DOJO ajudaram-nos a administrar aqueles que ocorrem lá fora.”

O Dojo é um cosmo em miniatura onde entramos em contato conosco mesmos, com nossos medos, ansiedades, reações e hábitos. É uma arena de conflitos, um lugar onde se lapidam almas, onde enfrentamos um adversário que não é um oponente, mas antes um parceiro empenhado em ajudar-nos a compreender a nós mesmos de forma mais ampla.
É um lugar onde podemos aprender muito em pouco tempo sobre quem somos e como reagimos ao mundo.
A concentração total e a disciplina exigidas no estudo das artes marciais continuam ao longo do cotidiano. A atividade no Dojo pede-nos que busquemos pede-nos que busquemos constantemente coisas novas, sendo assim também uma fonte de aprendizado na terminologia ZEN uma fonte de auto-iluminação.

O Sensei de Artes Marciais assemelha-se ao Mestre do ZEN. Ele não procura o discípulo, nem o impede de ir-se embora (isto no passado). Se o aluno deseja ser guiado na escalada do caminho íngreme da destreza, o instrutor está disposto a atuar como guia, desde que o aluno esteja preparado para cuidar de si ao longo do caminho.
O papel do instrutor é delegar ao aluno precisamente as tarefas que ele é capaz de realizar, deixando depois, tanto quanto possível, entregue a si próprio as suas habilidades interiores.

O instrutor ensina primeiro a técnicas (WAZA) sem examinar-lhes o significado. Ele aguarda simplesmente que o discípulo o descubra por si mesmo. Se o discípulo tem a necessária dedicação e o mestre proporciona inspiração espiritual adequada, então o sentido e a essências das artes marciais finalmente se revelarão para ele.
Embora se possa ler a respeito do ZEN nas artes marciais, seu verdadeiro conhecimento é experimental. Como explicar o gosto do açúcar? A descrição verbal não nos dá a sensação para conhecer o gosto, é preciso prová-lo.

A filosofia das artes marciais não está dimensionada para ser pensada e intelectualizada, é feita para ser experimentada. Assim as palavras inevitavelmente transmitem apenas parte do significado. Os estudos das artes marciais não requerem necessariamente que nos recolhamos em um mosteiro ZEN, nem é preciso afastar-nos do cotidiano.
Descobri, porém que ao atingir os objetivos espirituais das artes marciais, a qualidade de minha se alterou de forma dramática, enriquecendo o meu relacionamento com as pessoas, e conservando-me em um contato mais íntimo comigo mesmo.
Compreendi afinal que a iluminação significa simplesmente reconhecer a harmonia inerente à vida comum... “conhecer os outros é sabedoria, conhecer a si mesmo é iluminação”.
Prof. Tomeji Ito

Artigo Retirado:FighterMagazine, Segunda Edição, páginas 46 a 47.

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